14.5.08

Da infância

I

A menina esperou o som das palavras

Embaixo do céu janela

Caiu um grande silêncio

De quina bem na sua cabeça

Abriu a menina

De dentro saiu o Escuro

Que resolveu livre dar umas bandas

Desde então a cidade é só lampiões

II
Quintessência

Três dardos

Uma coruja de vidro

O oráculo das setenta palavras

E o cavalo segura livros

Saíram, assim

Dançando com a brisa chibante

Entregaram-se à aluvião

Das cigarras em festa

E da Lua ladrona

Fiquei eu, a caçulê

Bem formigona

Toda cínclise

Sonhando uma solução

2 comentários:

Fabiana disse...

Oxalá os sonhos continuem a existir. A infância é tempo de sonhos que podem durar uma eternidade.
Uma delícia ler você.

Fabiana disse...

Releio e sinto vontade de ver o céu se abrir.